domingo, 13 de dezembro de 2009

Religião e meio ambiente

“Tudo o que vive e se move será alimento para vós.
Da mesma forma que lhes dei as plantas, agora dou-lhes tudo.”
Gênesis (9; 3).

Essa passagem da Bíblia tem sido interpretada como uma visão antropocêntrica, profundamente antiambientalista, do judeo-cristianismo, que contrasta com a visão budista e hinduísta do mundo, que ensina que os seres humanos devem viver em harmonia com a natureza.
Alguns cristãos têm tentado atenuar a frase do Gênesis, explicando que a intenção do Senhor sempre foi a de proteger a biodiversidade, como quando ordenou a Noé que levasse na Arca um casal de cada criatura viva, para que sobrevivessem ao dilúvio.
Esta podia ser uma questão secundária ou mil anos atrás, quando a população mundial era de alguns milhões de habitantes, mas passou a ser uma questão central nos dias de hoje, em que existem sobre a Terra mais de bilhões de seres humanos. A ação do homem sobre a natureza atualmente é comparável, em força destrutiva, à das forças geológicas, como terremotos, erupções vulcânicas, inundações e tempestades, e estamos até provocando o aquecimento do planeta, com conseqüências imprevisíveis sobre a vida como a conhecemos.
O uso e o abuso da natureza pelo homem põem hoje em risco sua própria sobrevivência.


José Goldemberg. O Estado de São Paulo. Editorial Espaço
Aberto, caderno A, 17/5/2005, p. 2 (com adaptações).

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